segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

UMA CARTA PARA MARIA - mãe de Jesus




Maria, na simplicidade você constrói a sua beleza.

Linda judia! Alegre, discreta, pensativa.

Você sempre construiu sua fé nos alicerces da gratidão.
Agora você vive uma nova estação, irá se casar.
Mistura de ansiedade, empolgação tomam o seu coração. É a euforia de uma criança misturada com a seriedade da vida adulta.
Você deixará a casa dos seus pais e com José irão construir uma nova vida.

Mas, os ventos da vida conduzem o homem na trajetória do “de repente”. Com você, Maria, será assim.
Da normalidade, você será conduzida pelo inesperado.
Na sua humanidade, o mistério do sobrenatural com a temporalidade do natural, irão se cruzar. O Mistério em ti será gerado.

Você sempre conduzirá a sua vida no caminho reflexão. Existirão coisas que você deverá guardar no coração. Ninguém irá saber.

Você é uma menina! Da simplicidade da sua devoção, seu coração sentirá solidão, um pouco de desprezo. Maria! Quem vai acreditar que em você foi gerado Aquele que é o Esperado? E outra, quebrar a lógica da Biologia confrontando a masculinidade de José.

Ele nascerá de você, você cuidará dele, ele irá embora. Ele pertence à outra Pessoa. Ele terá outras “mães e irmãos”, mas você sempre estará na memória dele. Você falará, Ele relutará entre o divino e o humano. Irá ceder para você uma vez.

 Você seguirá a estrada do seu coração, Ele outra estrada. Nesse seu coração, José irá até certo ponto, depois ficará apenas na memória.

Você tentará vê-lo, mas conseguirá de longe.

O Filho de Deus sabe que não pertence a você, o Filho do homem sabe que do seu ventre foi gerado. É o paradoxo gerado pelo divino.

Ele morrerá. Você chorará.

Novamente você terá que se refugiar em você unicamente.

Oh, mãe! Ele falará contigo, mas João cuidará de você. Mulher mais honrada que já existiu na terra.
Ele te verá...  Dirá adeus... Depois passará a eternidade no seu coração.

Maria! No seu coração será escrito outro evangelho que nenhum homem terá acesso. Apenas você. Bem aventurada você sempre será para o mundo e para os céus.

Pedro Henrique Curvelo
Natal de 2012

domingo, 23 de dezembro de 2012

UMA IMAGEM


Uma imagem
Um foco, um desfoque
O vento me fez perceber a interjeição.

Uma criança, apenas o olhar
Pelo vento percebo seu legado angelical.

Guiado pelo vento eu sou
Escuto o que muitos não querem ouvir, vejo pessoas, percebo a mim mesmo e a diretriz do silêncio.

A condução de um trem, o trajeto das estradas. Assim sigo, levado pelo vento. Ler aquilo que foi escrito para não ser entendido. Entender o que o meu orgulho impedia.

Vento que limpa, que ensina. 
Vento que agita e traz bonança. Vento que me conduz, que me impede de seguir determinado caminho. Vento que dar voltas, me levando para onde eu não queria, de repente, mas era necessário. Vento que traz aquilo que um dia desejei.

Sou nascido desse vento, sem ser percebido, por ele vou sendo evoluído.

Pedro Henrique Curvelo
Dezembro de 2012

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

CADA UM COM A SUA LOUCURA


Tem piadas que só a gente rir


Temos imaginações que não temos coragem de contar em voz alta, apenas deixamos nossa mente viajar.


Temos medo de fantasmas que as pessoas falam que não existem, mas apenas nós vemos.


Escutamos o que ninguém escuta.


Temos amigos imaginários que sempre mantiveram suas identidades em oculto.


Temos toques, sistemas. Se eles quebrarem, nós morremos.


Existem drogas que nos tornam imbecis ao invés de curados.


Quem neste mundo caído pode se considerar são perfeitamente?


Fomos considerados loucos, porque decidimos pensar.


Fomos colocados à margem. Simplesmente porque achamos vazio aquilo que era considerado concreto.


Loucura que salva, loucura que adoece.


Sanidade que escraviza, sanidade que liberta.


Eis o mundo! Eis a nossa loucura!

Pedro Henrique Curvelo
Dezembro de 2012

domingo, 16 de dezembro de 2012

QUANDO O HOMEM TROCA O PEITO DA SUA MÃE PELO DA SUA AMADA





Pele macia, ombros largos, magra, pele branca, cabelo castanho e olhos ocultos.

Como pintor diante de um modelo, você é para mim escrita e imaginação.

Apenas te observo porque você nunca me escutou.
Na verdade, me parece que você não escuta nem o mundo ao seu redor.

Seus seios modestos se tornam refúgio para um homem. A vida de um homem é assim: Ele troca um peito pelo outro. O peito da sua mãe pelo peito da sua amada. No primeiro, há o prazer e o alimento. No segundo, um outro tipo de prazer e descanso.

Vai menina! O vento convida a sua saia para uma dança. No oculto você se esconde. Aos poucos vou explorando.

Te vejo, te conheço, por fim, te possuo.

O gozo é um momento, o comungar com você é eterno.

No entanto, a eternidade da alma pertence a uma dimensão, já do corpo é outra. Neste, o corpo, o eterno é escravo do momento e vive sob o jugo da chegada e da partida.

Resta então para a alma, recolher os fragmentos deixados pela eternidade imatura do corpo.

Resta então para nós, a evolução das nossas almas, para que o vento nos leve ao reencontro.

Pedro Henrique Curvelo
Dezembro de 2012

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A EVOLUÇÃO EDUCACIONAL - A LIBERDADE DA INDIVIDUALIADADE





Para que um ser humano seja livre, leia-se livre o encontro com a sua real identidade, o sistema educacional da sociedade na qual está inserido precisa ser livre.

Um sistema educacional livre é o rompimento com qualquer tipo de padronização.

A padronização vem do sistema político, e este, dos interesses de um grupo dominante.

Uma sociedade comunista, por exemplo, padroniza o cidadão dentro de um sistema. Não pode pensar fora da caixinha. Imaginemos uma criança brincando de massinha. Ele pega uma de uma cor vermelha, outra verde, azul e por aí vai. Envolve todos no seu bolo. "destrói" a característica inicial de cada massa de modelar.

Na sociedade capitalista a mesma coisa. Pegamos um indivíduo e o "desenvolvemos" para atender a demanda do mercado. Não atendendo, se torna descartável. Reprimimos sua individualidade para atender a doença do sistema produtivo. "Xerocamos" indivíduos dentro da massa do proletariado.

O aborto do ser parte do sistema e de algumas famílias. Se um jovem tem aptidão para a música, seus pais o reprimem porque o que dar dinheiro no momento é o curso de engenharia. Consequência: A sociedade perde um grande músico e ganha um engenheiro medíocre.

Um jovem vai prestar vestibular para Filosofia, no entanto, sente pressão externa: "faça aquilo que dar dinheiro, depois faça o que você ama". Dizer isso para uma pessoa que tem que pagar aluguel, sustentar filhos e outras coisas, eu até entendo. Mas, dizer para um jovem que está com todo um gás intelectual?! É como sentir tesão e não poder transar.

A área educacional, na política e na família, deve abrir o caminho para que o homem-ser se conheça. Conhecendo a si, encontrará satisfação. Evoluindo, suas aptidões nascerão e florescerão. Por fim, a sociedade se beneficia. 

Simples assim!

Pedro Henrique Curvelo
Dezembro de 2012

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

MENINA, QUAL O SEU NOME?



Menina, qual o seu nome?
Te vejo, mas não sei.
Te toquei, mas não te conheci.

Vejo sua chegada. Mas não vejo sua saída. Na vida entramos no mesmo vagão, nos olhamos, mas nos distanciamos. Na vida entramos por vagões diferentes. Sem despedidas.

O que parece na percepção, vejo uma outra mensagem: o da possibilidade de nos vermos novamente.

Menina! Lábios carnudos! Um beijo seu é o rejuvenescer do homem.

Entre os seus belos peitos, um cordão de prata com a clave de Sol. O tom eu já entendi, mas qual o seu ritmo? A partitura da sua personalidade sempre esteve escondida.

Menina! No tempo da chegada sempre te vejo de All Star e ouvindo música no celular. Na saída, apenas a memória.

 Você, bela menina, vai contra a lógica do tempo. Eu já tive 18 anos, mas você sempre tem essa idade. As areias da minha ampulheta caem oprimidas pelas velocidade do tempo. Já a sua, as areias se renovam sem precisar virar.

Um dia, quem sabe, pergunto o seu nome.
Quem sabe um dia, através de um beijo, eu possa ver mais que uma clave.
Enquanto isso você vai embora escutando "doom and gloom" dos Rolling Stones. Eu fico sentado escutando "I can't gate no - Satisfaction" também dos Stones.

Pois é! Quem sabe um dia eu também compre um All Star para te acompanhar por onde quer que for.

Pedro Henrique Curvelo
Dezembro de 2012