sexta-feira, 8 de junho de 2012

O EROTISMO DE SABRINA




Ela sabia qual era a fraqueza dele.

Ele, ao som da música, tentou seduzi-la. No entanto, a sombra do corpo de Sabrina, escultural e místico, cativou a sua libido.

Era de se esperar. Sua inclinação para a carne, o tocar em cada parte do seu corpo, a maciez dos seios dela, o levaram a dualidade antagônica da sua masculinidade.

O instante em que a ampulheta paralisa e a virilidade da sua juventude renasce.

O som prosseguiu entre o mar  e a areia da praia. O instante em que a seriedade do espírito deu lugar à pulsão da carne.

Ele não imaginava onde isso poderia leva-lo. Mas, decidiu colocar de lado a racionalidade da vida adulta. 

Era apenas um instante, a música jamais iria se repetir. O duelo entre o instinto de viver e o instinto da morte. Onde Eros estabelece morada em qualquer psique.

O encontro sexual é uma evolução. Uma torrente em sentido contrário, onde coincide em um só momento: O toque, a penetração, o beijo e o aperto.

No sexo, leveza e agressividade se harmonizam. Uma combinação de acorde em uma só harmonia.

Ele pensou que estava no controle. Mas Sabrina sabia que o gozo era o descontrole da razão/moral/tempo. 

Um instante onde não apenas o esperma petrifica, mas os sentidos também.

A imponência do seu falo se rendeu a embriaguez da vulva de uma mulher: Sabrina.

O corpo de Sabrina se tornou um monstro. Ela em sua própria sensualidade se possuiu.

Para ele foi o fim. A intensidade de um mergulho o machucou no fundo.

A verdade é que Sabrina nunca existiu! A prostituta do mar sempre foi uma miragem.

Mas, ele já era velho. Aceitou a utopia de uma realidade que nunca existiu. As curvas e a maciez de Sabrina o proporcionaram a vivência do início e do fim. O ápice do seu gozo.

Pedro Henrique Curvelo
Junho de 2012

domingo, 3 de junho de 2012

CASTELO DE FANTASIA NA MENTE



   
   A fantasia para o ser humano é uma segunda via que ele utiliza para poder viver. Encarar a realidade da vida, o seu contexto familiar, social e psíquico pura e simplesmente no preto e branco é complicado e insustentável.

  Diante disso, o homem utiliza aquilo que é subjetivo. Essa subjetividade pode ser vista nos vícios, religiosidade, arte, drogas, bebidas e sistematizações de comportamentos construídas para cada variável que surge na vida.

  Lidar com esse lado subjetivo é bom e ao mesmo tempo perigoso. Digo isso porque tal situação pode servir para relaxar a alma e o espirito, gerando uma avalanche de estímulo que irá sustentar uma pessoa por mais algumas horas, semanas, enfim, certo tempo.

  Em contrapartida, a falta de equilíbrio ou direcionamento errado dessa subjetividade pode leva-lo a uma prisão. A construção de um castelo que não poderá sair. Um exemplo disso é a bebedice. O homem pode utilizar a bebida para relaxar a tensão gerada pelo dia a dia. É o momento de esquecer os problemas e ficar off por um tempo. Nesse instante, a alma descansa e no outro dia a rotina volta ao normal. Mas, tal mecanismo pode leva-lo a uma espécie de “projeção astral” sem volta. Uma fuga onde a mente e a sobriedade não conseguem voltar, pois tem medo. Essa pessoa se transforma em um alcoólatra, onde sua vida se desmorona como um dominó. Desiquilibra os relacionamentos, o trabalho, a fé e o próprio corpo. Isto é, aquilo que era para ser um tranquilizante, se tornou em um veneno.

  Utilizar a subjetividade para se esconder é complicado. É por isso que você encontra uma pessoa instruída e que tinha uma vida normal, de uma hora para outra, ficando louca, viciada e totalmente destruída. Pessoas que, por exemplo, diante de tanta amargura e derrotas distorceram a fé e enterraram a mente em um dogmatismo religioso onde vivem um mundo paralelo 24 horas.

  Há uma expressão bíblica que diz que "um abismo chama outro abismo". Fazer uso de um vício pode levá-lo a ter isso como rotina. Ao ponto da química do seu corpo encarar como normal e necessário da mesma forma que você tem necessidade da água e da comida.

  Atenção! Vício pode ser qualquer coisa que prejudica e te impede de viver a realidade. Pode ser a droga em si, bebida, uma religiosidade fanática, a gula, o só querer ficar dormindo, o fugir do real e alimentar a fantasia na questão de relacionamento, emprego e família.

  Meus amigos!

  Despertar e quebrar três ou quatro tijolos que foram construídos pode não ser complexo. Agora, o problema é quando o processo da fantasia se transformou em um castelo.

Pense nisso!

Pedro Henrique Curvelo
Junho de 2012