domingo, 11 de maio de 2014

SANTA ANSIEDADE! SOMOS TODOS DEVOTOS!



Santa ansiedade!
somos devotos!
Se não todos, menos que todos, mais que todos ou igual a todos.

Se estamos em uma fila de uma rodoviária, quando o ônibus chega, ao invés de esperarmos que ele pare para embarcarmos, ficamos como uma minhoca doida seguindo as suas rodas, enquanto estaciona. Um verdadeiro ziguezague.

Se vamos ao banheiro, levamos o Smartphone. Se vamos para a rua, da mesma forma. Se estamos em um enterro ou igreja, não desligamos. Algumas pessoas interrompem até o sexo para ver uma notificação no celular. Quando vai ver, é alguma foto de sacanagem encaminhada por um amigo em um grupo qualquer no WhatsApp.

A ansiedade nos leva a falta de educação. Se uma pessoa está conversando conosco e o celular treme, pegamos imediatamente para ver alguma mensagem ou post. Como desculpa, falamos que conseguimos fazer as duas coisas ao mesmo tempo.

No trânsito, o sinal fecha e ficamos incomodado. O sinal mal abre, já tem gente buzinando. Como se sinal aberto deveria indicar ao veículo parado que deveria estar a 80 km por hora. Para tudo o povo buzina, pelo menos no Rio de Janeiro. Em outros estados que estive, a frequência é menor, no sul é quase zero. Deve ser um tesão imenso a buzina de um carro, pois o povo não larga a mão. Esquece do cinto de segurança e da seta, mas a buzina grita que é uma maravilha. A ansiedade anda de mãos dada com o barulho. Gostamos de gritar sem motivo, xingar e colocar música alta no ônibus.

Somos ansiosos até para dormir. Não conseguimos desacelerar. Precisamos no escuro do quarto da luz do tablet ou do som da televisão.
Silêncio e quietude são perigosos. Pois, liberam o vazio do nosso interior das amarras. Ninguém quer ver isso.
Se estamos em um templo religioso, precisamos de barulho. Meditação e silêncio podem liberar a voz do interior. O problema é que o interior sempre fala a verdade. Não gostamos dela, por isso gritamos, recitamos mantras e até em línguas estranhas falamos. Inocentes que somos.

Assim seguimos, ansiosos. A natureza acompanha, pois é influenciada. Até quando? Não sabemos. Esse é um outro problema. Por que não saber o fim, para alguns gera ansiedade. Se não para alguns, mais que alguns, menos que alguns ou igual a alguns.

Pedro Henrique Curvelo
Maio de 2014

Imagem: http://blog.sc.senac.br/voce-se-deixa-dominar-pela-ansiedade/

domingo, 4 de maio de 2014

O GUARDIÃO DO DIA NO LABIRINTO DA FLORESTA


Olhamos para a montanha em uma noite fria
Algo em nosso coração, uma intuição talvez, dizia que deveríamos subir.

Com coragem fizemos, fizemos apesar das armadilhas da noite.
A alvorada nos visitou
Foi então possível olhar para o vale
Mesmo com a visão turva 
Olhamos e lá estava ele,
Sozinho com os sons dos seus pensamentos.

Chegar até ele
Significa encarar o labirinto da floresta 
Todos sabemos que ela tem seus encantamentos que nos prendem ao medo e nos "zumbifica".

Na dúvida entre se aventurar e encontrar ou mudar a rota e seguir o caminho do riacho, nós lembramos do Guardião do dia. Este, também é o Guardião da noite.


Há uma direção a seguir, faremos.
Ele está lá. Prossigamos então!


Há raízes que o envolve
Há a paciência a auxiliar
Há um amor a confiar
Seja cedo ou tarde
Firme o amaremos
Seja de perto ou de longe,
A ele nos doaremos.

Pedro Curvelo
Maio de 2014